domingo, 31 de março de 2013

A descida do Senhor à mansão dos mortos

Ao se rasgar o véu do templo, Jesus abre as portas do Céu. Desce à mansão dos mortos e resgata os que vieram antes d´Ele e os que virão após. Todos aqueles que esperavam a Salvação até a encarnação do Cristo entre nós. Todas as gerações anteriores a posteriores já estão, de uma vez por todas, fazendo parte do projeto de Redenção.
Extraímos uma parte do Ofício das Leituras, da Liturgia das Horas, secular rito diário da Igreja Católica. É parte de uma Homilia do Século IV, do Grande Sábado Santo:
 Que está acontecendo hoje? Um grande silêncio reina sobre a terra. Um grande silêncio e uma grande solidão. Um grande silêncio, porque o Rei está dormindo; a terra estremeceu e ficou silenciosa, porque o Deus feito homem adormeceu e acordou os que dormiam há séculos. Deus morreu na carne e despertou a mansão dos mortos.”
Com o sono de Deus, por terem silenciado o Cristo com a Cruz, os adormecidos pela mácula do pecado são despertados. O Catecismo da Igreja Católica (CIC 25) nos explica que essa mansão dos mortos nada mais é do que o “estado de todos aqueles mortos antes de Cristo.” Jesus, então liberta os justos que estavam à espera do Redentor. Na mesma homilia, talvez a mais linda interpretação desta expressão de Amor, olhem essas comparações:
“Adormeci na cruz e por tua causa a lança penetrou no meu lado, como Eva surgiu do teu, ao adormeceres no paraíso. Meu lado curou a dor do teu lado. Meu sono vai arrancar-te do sono da morte. Minha lança deteve a lança que estava dirigida contra ti.
Não é só uma questão poética que, claro, é igualmente linda. Ele vai à mansão dos mortos, por primeiro, ao próprio Adão. E conversa com ele (o primeiro e a essência de nós antes do Cristo): “A lança penetrou no meu lado como Eva no teu.” Há uma sensação de ter sido extraído do Paraíso por causa de Eva. E isso era, na morada dos mortos, causa de ira de Adão contra ela e, por consequência, contra si mesmo. “Meu lado curou a dor do teu lado.”
Como Eva, no Gênesis, surgiu do sono de Adão, Jesus o encontra e o chama à morada Celeste: “Meu sono vai arrancar-te do sono da morte.”
Levanta-te, vamos daqui. O inimigo te expulsou da terra do paraíso; eu, porém, já não te coloco no paraíso mas num trono celeste.”
Ele, o próprio Deus feito homem igual a nós em tudo, exceto no pecado, pois é o próprio cordeiro imolado, nos chama para além das nossas mansões dos mortos pessoais. Em qual imensidão de mortes nos deixamos cair, abater? Que tipo de silêncio, de dormência estamos nos deixando morrer aos poucos? Será que eu vou continuar a ir à missa e à “mansão das minhas mortes” ao mesmo tempo?
O próprio Cristo foi aos confins dos tempos resgatar Adão – a primeira ovelha desgarrada. Ele HOJE vem a nós, olho no olho, e diz: “Levanta-te, vamos daqui!” Aqui não é o teu lugar. “já não te coloco no paraíso, mas num trono celeste.”
Fomos feitos para a eternidade dos tempos e para caminharmos com Ele nos campos do Céu. Jesus Cristo não foi à mansão dos mortos para que nós permaneçamos no mesmo lugar, do mesmo jeito.

Nesta Páscoa vamos despertar, juntos, com Ele!

ACORDA! É A PASSAGEM DA MORTE À MANSÃO DA VIDA! A PÁSCOA DO SENHOR!
Pois o Bom Pastor não desiste de nós!

 Fraterno Abraço, Paz&Bem!

 Sugestão de Música tema para escutar após esta leitura:

 
João Madruga (Pré-discipulando Missão-RJ)

domingo, 10 de março de 2013

Terra Santa

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