segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Na Jornada, o verdadeiro rosto de Jesus


Em nossos dias, a ideia de Deus passa através das mais variadas propostas religiosas que nos são sugeridas. Há quem sugira um Deus por trás do balcão, disposto a realizar os sonhos de riqueza, poder, saúde, prosperidade, isso tudo, mediante o pagamento antecipado de um valor proporcional de mercado. É a tão conhecida “teologia da prosperidade”, que usa do nome de Deus como um produto de mercado, Outros ainda, creem em um deus manipulável, sempre disposto a resolver nossas pendências pessoais, castigando nossos inimigos, dando solução aos nossos problemas, trazendo a pessoa amada em tantos dias... Outros ainda, creem num Deus que se submete às nossas escolhas, feito à minha imagem e semelhança, que se adequa ao meu modo de viver e agir, que não me desinstala, que não me obriga a rever meu modo de vida, que não me questiona.
Para nós vale a mesma pergunta que Jesus fez aos Apóstolos: “Quem dizem os homens que eu sou?” Naquele tempo, a ideia do Messias também havia sido adulterada. Muitos o identificavam com um chefe político, um líder das massas, capaz de arrastar multidões e restaurar a independência política de Israel frente aos romanos. Foi por isso que Jesus foi tão duro com Pedro, chamando-o de Satanás, expressão que nem a Judas havia aplicado, numa evidente lição: o caminho escolhido por Jesus não é o do privilégio, da fama, da prosperidade irresponsável, do poder e das tentações que Satanás já lhe havia acenado no deserto. Seu caminho passa pelo amor que doa, que se entrega até a morte.
É esta a mensagem que João Paulo II transmitia aos jovens nas Jornadas Mundiais da Juventude. A uma geração consumista e hedonista, que cultua o prazer como um deus, e mede o grau de felicidade pelas etiquetas dos bens consumidos, um Papa de saúde debilitada lhes anuncia uma mensagem que vai na contra-mão dos falsos valores; que tem coragem de falar de verdades que não agradam e, para muitos, fora de moda. E foi no rosto deste Papa, por mais de uma década eleito a personalidade mais amada dos jovens europeus, que a geração Wojtyla aprendeu quem de verdade é Jesus.
Arquidiocese do Rio de Janeiro

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